Projectos  

ENVOLVIMENTO PARENTAL NA ESCOLA
METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS NA AVALIAÇÃO DE PROJECTOS EDUCATIVOS
MOURA, 6 DEZEMBRO 2004

  Projectos
     
 

GRUPOS DE TRABALHO
SÍNTESE DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO

 

INTRODUÇÃO

CONTEXTO
Durante a sessão de trabalho realizada pretendeu-se avaliar a satisfação dos diferentes participantes, de acordo com as suas perspectivas particulares, em relação às acções desenvolvidas no âmbito do Projecto de Envolvimento Parental nas Escolas.

DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS

Logo após a sessão plenária de introdução e apresentação, deu-se início aos trabalhos de avaliação. Estes trabalhos foram estruturados de acordo com um conjunto de metodologias participativas que visaram a plena participação e envolvimento dos participantes no processo de avaliação do projecto. Foram, para o efeito, constituídos três grupos de trabalho:

A_ Pais e educadores

B_ Professores e agentes educativos

C_ Técnicos das entidades parceiras

Decorrendo em paralelo, os trabalhos de cada grupo passaram por três fases distintas:

1ª Fase_ Reflexão individual. Os participantes tiveram oportunidade de aprofundar o seu conhecimento sobre as acções do projecto, através da observação de um largo conjunto de materiais expostos, da leitura de documentação referencial disponibilizada, da resposta a questões de base lançadas para suscitar a reflexão e do contacto livre com os restantes participantes.

2ª Fase_ Painel Progressivo. Nesta fase os participantes estabeleceram, de forma progressiva, um conjunto de questões relevantes para o processo de avaliação do projecto. A discussão livre e aberta proporcionou a socialização e a troca de opiniões e perspectivas próprias, as quais se consubstanciaram em questões-chave do projecto. As respostas às questões-chave identificadas foram discutidas e consensualizadas em cada grupo.

3ª Fase
_ Grupos Rotativos. No decurso desta fase aprofundou-se o debate sobre cada uma das questões identificadas e resumiram-se as linhas orientadoras da acção no contexto das diferentes etapas do projecto (estratégia e objectivos; organização e funcionamento; meios e recursos utilizados; resultados concretos). Desta fase resultou um documento que sintetiza as forças e fraquezas que caracterizam o projecto.
Por fim foram sistematizados os resultados obtidos em cada grupo de trabalho, tendo estes sido apresentados e discutidos em sessão plenária de encerramento. Concluiu-se a discussão dos pontos propostos para análise. Os participantes procederam igualmente à avaliação da sessão de trabalho em que participaram durante o dia. Após a entrega dos certificados de participação, deu-se por encerrado o encontro.


GRUPOS DE TRABALHO

GRUPO A PAIS E EDUCADORES

Síntese dos resultados
QUESTÕES SUMÁRIO | EVIDÊNCIAS RESULTANTES DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO

O que correu bem?
• O empenhamento das pessoas envolvidas;
• Empenho dos poucos pais que participaram;
• Integração positiva dos alunos na escola;
• A utilização de materiais e recursos adequados.

O que podia ter corrido melhor?

• Maior participação dos pais e sobretudo do “pai”;
• O reconhecimento dos objectivos gerais das actividades por pais e alunos e professores;
• Mais actividades do tipo visitas;

Quais os pontos fortes?

• Participação dos pais e alguns elementos da comunidade no processo educativo e na escola;
• Fazer a ligação entre a família e o espaço escola (início de um processo longo);
• Conclusão da maioria das actividades.

Quais os pontos fracos?

• Fraca mudança de mentalidades; Descrença (muitos pais afirmam ser perca de tempo);
• Fraca participação de pais e educadores;
• O não reconhecimento dos objectivos e da sua importância.

Quais as dificuldades encontradas?

• Mobilizar a comunidade em geral;
• Articulação do horário laboral dos pais com as actividades;
• Resistência a actividades não habituais, novas actividades;
• O factor tempo como argumento para a baixa participação.

Que lições para o futuro?
• Participação e envolvimento dos pais na definição dos objectivos;
• Apostar em mais actividades inovadoras de carácter geo-estratégico;
• A troca e partilha de experiências e saberes entre escolas/comunidades;
• A importância da continuidade do projecto e das actividades realizadas; Preservar e ampliar os resultados atingidos;
• É necessário mais envolvimento de pais e professores.

GRUPO B PROFESSORES E AGENTES EDUCATIVOS

Síntese dos resultados
QUESTÕES SUMÁRIO | EVIDÊNCIAS RESULTANTES DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO

O que correu bem?
• Adequação dos objectivos e das estratégias às potencialidades e necessidades do meio escolar e comunitário;
• Técnicos competentes e empenhados; Materiais e equipamentos adequados para as actividades a desenvolver;
• Resultados globais positivos.

O que podia ter corrido melhor?
• Maior participação de todos os parceiros na fase de planificação; Maior colaboração de alguns elementos (pastor) na fase de execução;
• Actividades deveriam ser menos espaçadas no tempo; Ajuste de calendarização.

Quais os pontos fortes?

• Diversidade e adequação das estratégias e das actividades;
• Parcerias adequadas;
• Boa organização;
• Impacte na comunidade local (interesse / atitude / valorização / conhecimento).

Quais os pontos fracos?
• Não cumprimento de todos os objectivos;
• Descontinuidade das actividades;
• Envolvimento de todos na planificação e avaliação dos resultados;
• Meios e materiais pouco explorados;
• Pouca participação dos pais.

Quais as dificuldades encontradas?
• Projecto longo para o tempo previsto;
• Pouco envolvimento dos pais nas actividades propostas;
• Perfil de alguns colaboradores;
• Sensibilização do público-alvo.

Que lições para o futuro?
• Arranjar estratégias para um maior envolvimento dos parceiros;
• Arranjar estratégias para motivar alguns intervenientes importantes na organização e execução das actividades;
• A importância da continuidade dos projectos.

GRUPO C TÉCNICOS DAS ENTIDADES PARCEIRAS

Síntese dos resultados
QUESTÕES SUMÁRIO | EVIDÊNCIAS RESULTANTES DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO

O que correu bem?
• Estratégia de envolvimento dos diversos parceiros;
• Escolha das actividades a desenvolver;
• Interesse e motivação em prol dos projectos;
• Alavancagem (aproveitamento dos recursos materiais e técnicos existentes);
• Sensibilização / Possibilidade de continuidade dos projectos.

O que podia ter corrido melhor?
• Definição de objectivos ambiciosos demais;
• Estratégia de envolvimento de professores e pais;
• Inexistência de momentos de avaliação durante a execução dos projectos;
• Rede de informação e comunicação.

Quais os pontos fortes?
• Objectivos escolhidos em função da especificidade da comunidade;
• Tema abordado em cada comunidade e escolha dos parceiros;
• Valor, interesse e espírito de "sacrifício" da entidade mediadora/promotora (ADCMoura); Optimização de recursos materiais e financeiros;
• Acumulação de "Know-how" e construção de redes (capital social);
• Envolvimento contínuo dos alunos; Curiosidade da comunidade em geral.

Quais os pontos fracos?
• Falta de envolvimento da comunidade no desenvolvimento dos objectivos;
• Falta de envolvimento dos professores e dos pais;
• Falta de trabalho em rede na troca de informação;
• Limitação do programa de financiamento quanto à afectação de recursos;
• Não conclusão da obra referente a alguns projectos.

Quais as dificuldades encontradas?
• Concretização de "demasiados" objectivos
• Disponibilidade dos parceiros (professores, encarregados de educação)
• Dificuldades de articulação entre os diversos intervenientes (ex: Escola)
• Tempo e gestão do calendário
• Indisponibilidade e desinteresse dos pais e comunidade;

Que lições para o futuro?
• Reflectir e avaliar de forma mais regular e plural objectivos e estratégias;
• Mostrar as vantagens de integrar as actividades nos currículos escolares;
• Direccionar as actividades para os vários intervenientes (ex: pais)
• Melhorar a plataforma de comunicação e divulgação (ex: comunicação social)
• Reforçar 2 critérios: persistir e envolver


REFLEXÕES INICIAIS

Da análise das questões de base em reflexão e debate pelos diferentes grupos (A, B e C), foram apuradas os seguintes resultados simples:

Qual a influência do grupo nos resultados do projecto?

Grupo A
Pais e Educadores
0_ Influência determinante
6_ Muito influente
2_ Pouco influente
0_ Sem influência

Grupo B
Professores e Agentes Educativos
4_ Influência determinante
7_ Muito influente
0_ Pouco influente
0_ Sem influência

Grupo C
Técnicos das Entidades Parceiras
9_ Influência determinante
3_ Muito influente
0_ Pouco influente
0_ Sem influência


O que define o sucesso do Projecto?

Grupo A
Pais e Educadores

. A escolha de temas em que a comunidade se reveja;
. A consciencialização dos alunos sobre a envolvente;
. A alegria das crianças enquanto aprendem coisas novas;
. A mudança de mentalidades;
. A plena participação dos pais e educadores;
. A participação activa e responsável de todos nas diferentes fases do projecto;
. A mudança de postura dos pais em relação à escola;
. Os impactos reais na escola e na comunidade;
. A natureza do projecto (aliciante, motivador, bem organizado);
. Implementação de acções e actividades de carácter contínuo.

Grupo B
Professores e Agentes Educativos
.
Ter ideias e participar no seu desenvolvimento;
. Os benefícios para a escola;
. A mudança de postura dos pais relativamente à participação no processo educativo dos filhos;
. O aumento da participação e interesse dos pais na escola;
. A natureza do projecto: ser aliciante e objectivo;
. A intervenção da família no projecto;
. A plena participação dos pais;
. A regularidade das actividades do projecto;
. A mudança de mentalidades;
. A alegria das crianças para com o projecto;
. Todas as metas terem sido atingidas;
. A descoberta dos valores do território: "olhar em redor com olhos de ver";

Grupo C
Técnicos das Entidades Parceiras

. Definição da estratégia; Organização do grupo de trabalho;
. Reconhecimento de valores esquecidos; Escola como espaço de moldagem educacional e cívica;
. Envolvimento contínuo e participação activa da comunidade escolar (alunos, professores, auxiliares, pais, técnicos e outros) nos objectivos traçados e execução das actividades;
. Definição de objectivos realistas e actividades exequíveis; Resultados duradouros das iniciativas dos projectos;
. Perspectivar impactos directos ao nível dos comportamentos; Mudança positiva na mentalidade;
. Out-puts do projecto; Concretização de um objectivo final;
. Escolha da temática face à comunidade que se pretende abranger (necessidades e interesse);
. Evidenciar o crescimento do projecto e os resultados palpáveis como forma de verificação de sucesso;
. Contacto directo com os participantes e verificação de alterações de hábitos após a concretização do projecto;
. Sustentabilidade de algumas actividades (continuarem "por si" mesmo após a finalização do projecto);
. Vontade da maioria (participantes e colaboradores) de continuar e melhorar;
. Avaliação do grau de satisfação dos agentes envolvidos nos diversos projectos e comunidades de pertença;
. Transformação de visões negativas ou desinteressadas acerca dos recursos do território e das oportunidades a eles associadas por visões positivas que considerem o seu impacto na mudança do meio local.