Preconceito e Discriminação nos Media

Um artigo publicado no jornal “Universitário do Porto” (http://goo.gl/mMnvs9) indica as orientações para o jornalismo inclusivo realçando a importância de não descriminar as personagens envolvidas em função da etnia, idade, sexo ou condição social. 

O espaço que os jornais online oferecem aos utilizadores para partilharem as suas opiniões sobre as notícias (zonas comentários e fóruns) são uma fonte de estigmatização das minorias étnicas, incluindo os ciganos. O problema é complexo, uma vez que, alguns utilizadores são pessoas que, às vezes, se escondem atrás do anonimato para propagar insultos e discursos de ódio contra esta comunidade.

Será compatível a participação dos leitores e o respeito mútuo entre as pessoas? Como é que podemos regular esses comentários sem prejudicar as liberdades?

Noutra área de comunicação, alguns formatos televisivos, geram grande indignação entre a comunidade cigana, pois os seus conteúdos abordam os temas mais comuns da comunidade cigana apresentando-a, em diversas situações, como uma comunidade isolada (resistente às tentativas de integração na sociedade), desconhecida (quase exótica) e homogénea.

Um relatório, de 2013, da Fundación Secretariado Gitano, sobre o preconceito e a discriminação nos programas televisivos, alerta para o efeito negativo das imagens difundidas uma vez que o quotidiano dos ciganos não corresponde, em muitos dos casos, à visão que os meios de comunicação transmitem.

O respeito pela verdade, o rigor informativo, a procura de diferentes fontes para distinguir opiniões da informação, o respeito pela presunção de inocência, evitar generalizações e o sensacionalismo informativo devem ser a regra. Ao relatar sobre as minorias, como os ciganos, os profissionais de comunicação devem considerar a importância de não mencionar a etnia porque, na grande maioria dos casos, esse dado não acrescenta nada à informação. Pelo contrário, tende a fortalecer uma perceção social negativa dessas comunidades e alimenta o fogo do preconceito e da discriminação.

Assim, a emissão de alguns programas deveria necessariamente transmitir aquela que é a verdadeira realidade da comunidade cigana: culturalmente diversa, heterogénea e em evolução. Na verdade, a transmissão de programas que foquem os progressos vividos nesta comunidade irá, não só motivar e contribuir para a sua integração na sociedade como também acabar com o estigma social que continua a conduzir a nossa visão sobre o outro.

You may also like...