Integração Escolar – Uma turma de ciganos que continua a dividir opiniões.

Foi numa escola de Tomar que em Setembro estalou a polémica e houve acusações de segregação. Agora, ainda há quem continue a falar de discriminação. Leia o artigo do jornal “Público” em http://goo.gl/T6drbN.

É importante recordar que a educação escolar não é mais do que uma parte da educação das crianças e que a educação familiar constitui também, e por si só, um sistema educativo, organizado à volta e conforme os valores e regras. No que diz respeito às famílias ciganas, esta questão é primordial sendo reconhecida mas considerada com pouca frequência.

Geralmente, a comunidade cigana quando concorda em integrar um processo educativo fá-lo numa perspetiva minimalista sendo, apenas de seu interesse preparar as crianças com saberes práticos – aprender a ler, a contar e a escrever – pelo que é de enorme importância que o currículo escolar não permaneça indiferente à cultura e tradições que carregam no seu dia-a-dia. Não esqueçamos que a identidade cigana é definida pela pertença a uma família, a um lugar particular e a um modo de vida.

É por isso que aquando da constituição de turmas se valorize não só a preparação para a vida ativa como as características culturais das comunidades ciganas, que em certos casos pode ser profundamente enraizada, dificultando o processo de integração escolar dos alunos. Desta forma, a questão “é ou não legítimo criar turmas com alunos de uma única etnia?” não parece ter resposta fácil. À luz da Constituição portuguesa, a divisão de turmas por etnias é questionável. Contudo, um relatório da comissão de Ética do Parlamento, de 2009, dá conta de que alguns dos estabelecimentos que ensaiam experiências do género alcançam, em diversas situações, uma redução do abandono escolar.

Assim, considerando que cada caso, é um caso, é importante ponderar a viabilidade desta medida desde que todas as partes – escolas, famílias ciganas e não ciganas – estejam em concordância com as suas possíveis mais-valias. Não seria uma solução que se perpetuasse no tempo, mas uma medida temporária cujo objetivo primordial seria o da integração do grupo minoritário (os alunos ciganos) no grupo maioritário.

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