As representações sociais como obstáculos à integração

As imagens e representações sociais sobre indivíduos de origem cigana mais divulgadas continuam a ser extremamente negativas, constatando-se o predomínio de atitudes preconceituosas e de práticas discriminatórias que originam estratégias de evitamento e de afastamento em relação a estas pessoas. E, em certos casos, encontram-se de tal forma enraizadas na mentalidade coletiva que é difícil conseguir provocar mudanças nessas conceções.

Apesar de os cidadãos portugueses não se considerarem racistas, as representações sociais refletem uma rejeição generalizada em relação aos ciganos. E percebe-se que para a formação dessas representações sociais negativas pouca importância tem a idade ou o estatuto social das pessoas.

O contacto processado em contextos de conflito e argumento de auto-exclusão da “comunidade cigana” costumam ser usados como forma de responsabilizar as comunidades pelo seu modo de vida, por serem fechados e de não se integrarem. E são frequentes as referências a discursos negativos no quotidiano, recalcados pelas notícias da comunicação social que retratam os ciganos como um grupo de indivíduos que vivem à margem da sociedade.

No entanto, Luís Faísca e Jorge Jesuíno, autores do livro “Representações Sociais da Comunidade Cigana na Sociedade Portuguesa” demonstram que quanto maior a proximidade com indivíduos ciganos menos negativa é a perceção e a imagem que construímos.

É necessário compreender a raiz dos preconceitos e observar o momento em que estabelecemos uma relação com os indivíduos de origem cigana porque quando o contacto é processado numa espécie de indiferença ou criado com base em sentimentos de medo e pena somos conduzimos ou contribuímos para a criação de crenças que reforçam uma negatividade preponderante para os caracterizar.

Admitir que o nosso olhar é que está pouco treinado para fazer leituras imparciais e procurar informação que desmistifique ideias pré-concebidas facilitará a aproximação e a integração das comunidades ciganas.

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