Rosmarinus officinalis L.
nomes vulgares
Alecrinzeiro, alicrizeiro, alecrim-da-terra.
espécie
Rosmarinus officinalis
variedade
officinalis
género
Rosmarinus
família
Lamiaceae
origem
Região mediterrânica.
distribuição geográfica
Planta arbustiva vivaz do litoral mediterrânico, sendo espontânea em charnecas, matagais e pinhais do Centro e Sul de Portugal continental.
características genéricas
Planta arbustiva vivaz, sempre-verde, de folha perene, lenhosa, com até cerca de 2 m de altura, floração azulada e, mais raramente, esbranquiçada ou rosada. Cheiro a incenso e cânfora e sabor aromático..
época de floração
De Janeiro a Maio.
habitat
Terrenos secos e pobres, principalmente calcários, bem drenados e permeáveis.
partes utilizadas
Folhas, partes aéreas floridas e óleo essencial destas.
usos medicinais
Fabrico de óleos emulsionados a quente para a artrite.
Em infusão, tem uma acção tónica e aperitiva, é estimulante (favorece a digestão das gorduras), antiespasmódico, emoliente, diurético, colagogo, anti-séptico das vias respiratórias, analgésico para dores reumáticas e articulares, eficaz em depressões ligeiras, certas enxaquecas e cefaleias.
Trata ressacas e restaura a memória.
Ajuda a recuperar de doenças prolongadas e do stress.
O óleo essencial friccionado na testa, alivia a dor de cabeça.
Comido moderadamente em cru é um excelente fortificante para o cérebro e a memória.
usos culinários
Serve para condimentar carne de borrego, porco, coelho, frango, salsichas e omeletes, temperar peixe, sopas, guisados e azeitonas, e aromatizar azeites e vinagres.
O pó da folha, associado a outras plantas aromáticas, como o alho e o estragão, pode ser usado para aromatizar e inibir a oxidação da manteiga.
Confere um gosto forte a bolachas, geleias, saladas de fruta e queijos.
outros usos
Na cosmética, o creme com extractos da planta é útil no tratamento das estrias e, também, das dermatites seborreicas.
As loções hidro-alcoólicas de folhas são usadas para combater a caspa, a calvície e para escurecer o cabelo.
Em balneoterapia, o alecrim activa a circulação e é anti-reumatismal.
Planta muito cultivada como ornamental em jardinaria, sobretudo nas bordaduras de canteiros.
O óleo essencial também se emprega em perfumaria.
O alecrim é também muito utilizado como planta ornamental e origina um mel muito apreciado.
Insecticida natural, plantado na horta protege as outras plantas de afídios.
Ramos de alecrim frescos colocados entre a roupa protegem-na do ataque de traças.
Os extractos da planta são usados como antioxidante na indústria agro-alimentar.
curiosidades
O nome latino Rosmarinus é composto por ros e marinus, que significam, respectivamente, orvalho e marítimo, designação associada ao facto de a planta, originária da Região Mediterrânica, ocorrer nos rochedos marítimos do Sul da Europa.
Para os romanos, o alecrim era considerado uma erva sagrada, que garantia aos mortos uma vida em paz no “além”, utilizando-a como incenso nas cerimónias religiosas.
A acção benéfica da planta para o cérebro e a memória era já conhecida dos estudantes da Grécia Antiga e dos legionários romanos, que tinham por hábito trazer ramos de alecrim atrás das orelhas.
Antigamente, no Domingo de Ramos, os seareiros colocavam nas suas searas cruzes feitas com ramos de alecrim, benzidos e borrifados com água benta, para protecção e aumento da produção.
A tradição de queimar alecrim, para defumar as casas, muito comum nos países mediterrânicos do Sul da Europa, está associada à crença de que os habitantes de casa beneficiariam de uma protecção especial, além de purificar o ar nos quartos dos doentes.
Era tradição no Alentejo “acender-se um ramo de alecrim e defumar-se com ele toda a casa”, para afastar males e doenças, dizendo-se ao mesmo tempo o ensalmo:
Alecrim bento e sagrado,
Nasceste no campo
Sem ser semeado.
Também Jesus nasceu em Belém,
Saia da minha casa todo o mal,
E entre todo o bem.
(recolhido em Beja).
precauções
Não é recomendado para pessoas que sofrem de ataques epilépticos.
Além disso, também é contra indicada durante os períodos de gestação e lactação, devido à sua forte composição química.
bibliografia
CUNHA, A. Proença da; RIBEIRO, José Alves; ROQUE, Odete Rodrigues, Plantas Aromáticas em Portugal – caracterização e utilizações, 2ª ed., FCG, Lisboa, 2009.
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TORRES, Nádia; GUITA, Rui, Ervas e Cheiros. Espécies aromáticas e medicinais do concelho de Mértola, Edição Escola C+S de Mértola, Mértola, 1996.
VALAGÃO, Maria Manuel (org), Natureza, Gastronomia e Lazer – plantas silvestres alimentares e ervas aromáticas condimentares, Edições Colibri, Lisboa, 2009.
nota
A ADCMoura não se responsabiliza por nenhum efeito adverso do uso da planta.