Salvia officinalis L.
nomes vulgares
Chá-da-Europa, chá-da-frança, erva-sacra, erva-santa, salva-das-boticas, salva-mansa.
espécie
Salvia officinalis
género
Salvia
família
Lamiaceae
origem
Nativa da Europa, da região mediterrânica oriental.
distribuição geográfica em Portugal
É um subarbusto muito cultivado, raramente subespontâneo.
características genéricas
Subarbusto, com cerca de 30-50 cm, muito ramoso, com folhas oblongas verde-acinzentadas e flores constituído espigas de cor violácea.
época de floração
Abril e Agosto.
habitat
Adaptada à secura, vegeta em todos os tipos de solo, apresentando, no entanto, melhor desenvolvimento nos calcários, expostos a Sul.
partes utilizadas
Folhas, partes aéreas floridas e óleo essencial destas.
usos medicinais
Utilizada para combater a melancolia, levantar o ânimo, acalmar ataques de asma, devido às suas propriedades tónicas, estimulantes, adstringentes, carminativas e antisudoríferas.
A infusão de salva tem propriedades calmantes.
Em fitoterapia, as folhas e outras partes aéreas podem ser utilizadas contra a falta de apetite, diarreia, transpiração excessiva em estados de ansiedade e em sintomas de menopausa.
Em uso externo, é indicada em infecções buco-faríngeas.
Investigações recentes revelaram que a salva estimula o cérebro e retarda o processo de envelhecimento, estando a ser estudada a sua aplicação no tratamento da doença de Alzheimer.
usos culinários
Planta utilizada para conservar carne.
As sumidades floridas são muito empregues para aromatizar licores, vermutes, saladas, em recheios de aves, etc.
Um ramo de salva em vinagre, torna-o mais agradável de gosto.
outros usos
Utilização para perfumar a roupa e evitar o desenvolvimento de traças.
Utilização tradicional para curar mordeduras de cobras.
O óleo essencial entra na composição de pastas dentífricas e elixires orais, sendo ainda usado na composição de perfumes, champôs e desodorizantes.
Planta muito cultivada como ornamental em jardinagem, sobretudo nas bordaduras de canteiros.
curiosidades
A utilização da salva remonta ao tempo dos gregos e romanos, que a consideravam uma “erva sagrada”.
Entre os romanos, a colheita desta planta obedecia a certos rituais simbólicos como, por exemplo, vestir uma túnica branca e não utilizar utensílios de ferro, uma vez que consideravam os sais de ferro incompatíveis com a salva.
A palavra salva, de origem latina salvere, significa salvação, saúde ou cura, em referência às inúmeras propriedades terapêuticas, sendo-lhe, por isso, atribuída a designação de “erva-santa”.
Hildegarda de Bingen atribuía-lhe tantas virtudes que escreveu no seu tratado: «se houvesse algum remédio contra a morte, o homem não morreria num jardim de salva».
Terá sido na Idade Média que o uso medicinal se tornou mais comum, uma vez que era cultivada em quase todos os mosteiros.
No século XVII, os chineses apreciavam tanto esta planta que, conta-se, trocavam com os mercadores holandeses uma folha de salva por três arcas de chá.
Em Inglaterra, antes da introdução do chá da China utilizava-se a salva em infusões
precauções
Planta que deve ser utilizada com prudência, devida às quantidades de tuiona nela existentes.
bibliografia.
CUNHA, A. Proença da; RIBEIRO, José Alves; ROQUE, Odete Rodrigues, Plantas Aromáticas em Portugal – caracterização e utilizações, 2ª ed., FCG, Lisboa, 2009.
MCVICAR, Jekka, O poder das ervas aromáticas, Civilização Editores, Porto, 2003
VALAGÃO, Maria Manuel (org), Natureza, Gastronomia e Lazer – plantas silvestres alimentares e ervas aromáticas condimentares, Edições Colibri, Lisboa, 2009.
nota
A ADCMoura não se responsabiliza por nenhum efeito adverso do uso da planta.