O PARE, ESCUTE, OLHE procura a mobilização da população para a integração da comunidade cigana.
Através das iniciativas Basta!, Conhecer para Intervir, Caminhando, De Pleno Direito e Mostra promove-se a integração da única verdadeira minoria étnica dos concelhos de Moura e Serpa, que se estima ser constituída por cerca de 2000 pessoas.
O PARE, ESCUTE, OLHE veio responder à necessidade de um apoio mais sistemático e eficiente à população cigana – pela valorização do seu património cultural, através da desconstrução dos estereótipos, e da sua integração e participação enquanto cidadãos portugueses – apelando à consciência social por meio da implementação de dinâmicas promotoras de uma aceitação sociocultural sólida e injeção de doses de autoestima capazes de materializar atitudes de reconhecimento e respeito entre as comunidades cigana e não-cigana, nos Concelhos de Moura e Serpa. Com a participação e contributo de toda a população serão criadas as verdadeiras oportunidades e os grandes motores da mudança social.
A ADCMOURA e um grupo de jovens ciganos reúnem-se, regularmente, para conceber um plano que permita uma intervenção direta nas comunidades escolares. O objetivo destes encontros é simples: desenhar ações para apresentação dos fatos históricos e culturais que permitam aos estudantes, ciganos e não-ciganos, compreender as origens das dificuldades de integração social da comunidade cigana. Desde sessões de esclarecimento, relacionadas com a cultura tradicional, até ao desenvolvimento de jogos educativos, que motivem a participação e contato entre toda a comunidade escolar, são diversas as ideias do grupo. O exercício faz parte do PARE, ESCUTE, OLHE – Caminhando, um programa de mobilização de jovens ciganos, com idades entre os 13 e 17 anos, que se foca na partilha da história e tradição cigana junto da população de Moura e Serpa.
Em Dezembro de 2014, o PARE, ESCUTE, OLHE lançou a sua página no Facebook em (www.facebook.com/ProjetoPareEscuteOlhe) para, através de artigos e outros conteúdos de interesse para o público, desmistificar os preconceitos associados à comunidade cigana, incentivando à reflexão das suas raízes culturais e à complexidade social em que se movimentam. A compreensão da sua realidade – dos traumas históricos, das vivências diárias, das dificuldades e receios e dos casos de discriminação – irá facilitar as interações e contribuir para uma melhor comunidade, uma comunidade integrada, uma comunidade mais coesa.
Paralelamente, iniciaram-se as formações inseridas no Conhecer para Intervir. Entre Dezembro de 2014 e Janeiro de 2015 perto de 60 profissionais de educação participaram nestes Workshops temáticos, proporcionando momentos de reflexão conjunta acerca dos problemas e lacunas na área da intervenção com as comunidades ciganas – compreensão do problema e prioridades de intervenção. Estes encontros facultaram informações pertinentes para a procura de soluções alternativas, adaptadas ao contexto das comunidades escolares de Estremoz.
Um exemplo reconhecido das práticas mencionadas é o da Fundação Secretariado Gitano que demonstra que o conhecimento das origens e da realidade cigana contribui para a compreensão e mudança de comportamentos e atitudes, sendo que os seus resultados surpreendem: os casos de sucesso na integração escolar, profissional e social contrariam todos os “pré-conceitos” existentes.
Jornal “A Planicie”, 01/03/2015
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