A religiosidade no novo compromisso sócio-cultural

As comunidades ciganas portuguesas apresentam significativas mudanças sócio-culturais, mudanças influenciadas quer pela Escola, quer pela adaptação das suas crenças à Religião.

Afetados por inúmeros problemas sociais que conduziram a uma grave crise de identidade, a escola e a religião trouxeram à comunidade cigana o renascer de um sentimento de grupo que orienta o seu dia-a-dia num ideal de solidariedade. Esta mudança contribui, lenta mas profundamente, no modo de ver, de conceber e de compreender o mundo.

A comunidade cigana vê na religião um elemento motriz e dinamizador do seu processo de transformação social. As crenças e práticas religiosas – que guardam porém certos elementos tradicionais – são vistas como agente de reforma, de motivação, de esperança e, até mesmo, em alguns casos, como “sujeito revolucionário”. É importante ressaltar o importante papel que o culto tem nas suas vidas pois exige uma dedicação permanente não se limitando apenas aos momentos de fé mas entrando e tomando conta do seu quotidiano. Esta dedicação influencia o desenvolvimento das estruturas sociais, adapta a tradição e o pensamento à realidade atual e facilita a compreensão e interiorização de novos valores e novas condutas que marcam novos rumos e abrem novas perspectivas.

Este impacto que se observa, tanto social como cultural, é considerável e pode ser percebido como um importante elemento de renovação e transformação que poderá aproximar os ROMA à sociedade envolvente. Na prática, a religiosidade assenta numa moral exigente que incentiva a rejeição de hábitos pouco salutares e a adoção de compromissos sociais e institucionais responsáveis.

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